Foto Angop
Coutinho Nobre Miguel, vice-presidente do Banco Sol

Luanda, 17/09 - O Governo angolano vai injectar no próximo mês mais 10 milhões de dólares ao seu programa de micro-crédito e crédito ao consumo, o que vai totalizar USD 20 milhões nesta iniciativa que visa a distribuição equitativa da riqueza nacional e que desde 2005 já beneficiou cerca de 10 mil pessoas, entre professores, enfermeiros, técnicos de saúde, pessoal administrativo destes dois sectores e camponeses.

Com o projecto, que está a ser geridos pelos bancos de Poupança e Crédito (BPC) e pelo Sol, o Ministério das Finanças pretende melhorar as condições de vida dos funcionários públicos, promover a inclusão social da população e tirar o país da dependência de ajuda humanitária, assegurando a auto-suficiência alimentar.

Na primeira fase, lançada em Julho do ano passado, o Governo disponibilizou 10 milhões de dólares, que foram divididos ao meio pelas duas instituições gestoras. O Banco Sol ficou responsável pela implementação do projecto nas províncias de Luanda, Huambo, Malanje, Huíla, Bié, Zaire, Bengo e Benguela.

As restantes províncias ficaram sob responsabilidade do BPC.

Em entrevista à Angop, o vice-presidente do Banco Sol, Coutinho Nobre Miguel, disse que com esta iniciativa o Governo angolano mostra que está atento à realidade sócio-económica dos cidadãos angolanos. "É uma iniciativa louvável porque o desenvolvimento económico de um país só é real quando ele melhora as condições de vida da população", acrescentou.

Segundo ele, os indicadores de solvência do projecto demonstram que o gesto é satisfatório porque, surpreendentemente, este segmento da população tem cumprido escrupulosamente com o prazo de pagamento das suas obrigações.

Coutinho Nobre Miguel mostrou-se confiante com o programa porque o mesmo está a ajudar na resolução das carências de muitos dos beneficiários e a melhorar as suas condições de vida e de seus familiares. "Estas pessoas agora podem comprar viaturas e construir as suas residências", referiu.

De acordo com o responsável, a quando da assinatura da convenção entre o Governo angolano, o BPC e o Banco Sol se previa atender uma média de 10 mil pessoas e, em menos de 14 meses, o Banco Sol atingiu esta cifra.

Dos cinco milhões de dólares a que o Banco Sol teve direito, na divisão com o BPC dos USD 10 milhões disponibilizados, dois milhões e meio foram empregues na concessão de créditos ao consumo para professores, outros dois milhões e meio para médicos e enfermeiros, tendo esta instituição bancária disponibilizado 500 mil dólares da sua conta particular para ajudar camponeses das oitos províncias sob sua tutela.

O montante máximo para a concessão do crédito é de até cinco vezes o salário mínimo de cada funcionário e a sua taxa de juros é de oito por cento.