Concluída mais de 50 por cento da ampliação do Hospital Central de Benguela
Foto Angop |
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Hospital Central de Benguela está a receber obras de beneficência |
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Luanda, 05/09 - Cerca de 50 por cento dos trabalhos de ampliação do Hospital Central de Benguela, que até 2007 terá 37 blocos funcionais e 570
camas, estão já concluidos - segundo confirmou o engenheiro Elmano Inácio,
chefe da secção de Edifícios Públicos da Direcção Provincial de Obras Públicas
de Benguela.
Orçada em 40 milhões de dólares, a obra está consignada à empresa
chinesa Sinohidro Corporation e tem a duração prevista de 15 meses.
Segundo Elmano Inácio, o principal objectivo deste projecto é dotar o
hospital de serviços modernos de saúde, sendo por isso necessária a ampliação
de algumas áreas já existentes e a construção de novas dentro do perímetro
hospitalar.
O projecto é desenvolvido numa área de 10 mil metros quadrados para a
construção de novos blocos e quatro mil 500 metros quadrados para reabilitar
as estruturas antigas.
Estão já a ser erguidas estruturas como a ala das consultas externas, casa de
passagem, esterilização, banco de sangue, diagnóstico, lavandaria, maternidade
e pediatria, segundo constatou a Angop no local.
No âmbito do projecto, está previsto a remodelação do edifício central do
Hospital, sem que seja paralizada a actividade hospitalar, uma vez que estão a
ser erguidas estruturas provisórias para albergar a parte administrativa e de
atendimento ao público.
Devido a atrasos na construção das estruturas provisórias que vão acolher
os doentes que se encontram no edifício principal e a realização de consultas os
trabalhos de reabilitação desta unidade ainda não tiveram início.
No local foi possível constatar que as obras para a criação destas estruturas já
se encontram em fase avançada com cerca de 80 por cento de execução físicas.
Segundo o responsável da empresa Umba Construções, que tem a seu cargo
os trabalhos, Martinho Leão, tal facto deveu-se a acrescimos no projecto inicial,
garantindo que dentro de 30 dias as instalações poderão ser entregues para que
a parte da reabilitação do hospital central tenha início.
Para o director do Hospital Provincial de Benguela, David Mendonça, após a
sua reabilitação, a unidade passará a ter um carácter regional, o que certamente
implicará maiores responsabilidades por parte dos profissionais.
Será igualmente possível a realização de intervenções que não são feitas
actualmente nesta região sanitária, uma vez que a reabilitação será seguida pelo
apetrechamento do hospital com nova tecnologia hospitalar.
Ao nível de ganhos, todos estes investimentos trarão vantagens pelo facto de
deixar de ser necessário fazer a deslocação de pacientes para fora, quer da
província quer do país, o que resultará numa redução de custos de tratamento
das populações.
David Mendonça admitiu que durante a fase transitória em que as principais
unidades do hospital central estejam a funcionar nas instalações provisórias
poderão surgir alguns problemas pontuais que, a seu ver, terão de ser bem
geridos.
No entanto, considera ser igualmente necessária a melhoria da rede primária
e secundária de saúde na província de Benguela, de modo a que se evitem
enchentes no Hospital Central.
A grande preocupação das autoridades sanitárias é não só aumentar a
capacidade de internamentos, mas também a de prestação do serviço de
melhor qualidade com base na melhoria do diagnóstico e do tratamento.
Actualmente esta unidade hospitalar enfrenta problemas quer ao nível das
suas instalações com mais de 100 anos, quer dos recursos humanos e
medicamentos.
Para o director, o número de médicos actuais (10 nacionais e 13 estrangeiros )
não satisfaz as necesssidades. Para corrigir esta carência no programa de
reabilitação e ampliação do hospital tomou-se em conta estes aspectos
para que de facto se consiga prestar uma assistência adequada.
Após a reabilitação, ampliação e apetrechamento prevê-se elevar o número de
médicos para 60, além de mais ou menos 500 outros técnicos de distintas áreas.
No que se refere ao atendimento, disse que esta unidade tem uma média de
100 assistências, só nas urgências, pediatria e maternidade, enquanto nos
serviços externos os números vão à volta dos 200 casos dia.
O responsável da unidade hospitalar disse que praticamente os apartamentos para
os médicos já estão prontos (18 actualmente) construídos dentro do recinto
hospitalar, mas ainda serão erguidos mais alguns.
Para o responsável do Instituto Médio de Saúde, Nicolau Bueia, este é um
importante projecto para o desenvolvimento do sector da Saúde, não só na
província, como em toda a região. "Ele chega em boa altura porque o país se
encontra numa fase em que é necessário a adequação de todas as estruturas
sociais e recursos humanos aos novos desafios de modernização", sustentou.
Uma vez que o homem tem de companhar a evolução científica e
tecnológica, o governo da província enviou alguns médicos para o Brasil e
Portugal para a efectuar cursos de pós-graduação diversas especialidades.
Nicolau Bueia, que igualmente é responsável do Sindicato dos Enfermeros
na província, diz que a previsão da transformação do mesmo em hospital
escola se enquadra perfeitamente na estratégia de desenvolvimento do ensino
superior na província.
Esta estratégia prevê a criação do núcleo da Faculdade de Medicina e do
Instituto Superior de Enfermagem, fora outras vertentes de formação no
âmbito do desenvolvimento dos recursos humanos no sector da Saúde.
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