Foto Angop
Camponeses da zona do Muzondo

Luanda, 04/09 - Quinhentos camponeses da zona do Muzondo, município de Cacuaco, em Luanda, beneficiam já dos trabalhos de desassoreamento da vala de irrigação no âmbito do Programa de Investimentos Públicos realizados pelo Governo angolano para a redução da fome e pobreza das populações.

Com o desassoreamento dos três quilómetros e meio da vala do Muzondo, os agricultores agora têm uma produção elevada comparada com a época em que dependiam das chuvas.

Actualmente a produção desta zona é estimada em 12 mil e 658 toneladas por campanha, ao contrário das duas mil e 532 antes produzidos (de Maio a Setembro de 2005).

Durante a campanha passada estes camponeses produziram sobretudo culturas como o tomate, cebola e repolho, tendo como meios principais enxadas, catanas, ancinhos, pulverizadores de dorso e motobombas.

A época agrícola no Muzondo tem início em Maio e termina em Setembro, por ser um tempo em que as horticulturas se desenvolvem com qualidade.

Este trabalho, segundo confirmou o chefe do Departamento do Desenvolvimento Rural da Direcção Provincial da Agricultura de Luanda, Gaspar Manuel António de Freitas, está a facilitar a actividade dos camponeses daquela circunscrição, cuja carência de água e dificuldades de acessibilidade eram os principais problemas.

Muzondo é um dos maiores pólos de desenvolvimento de hortícolas de Luanda, onde trabalham cerca de 500 famílias, responsáveis por uma produção considerável que abastece os supermercados da capital, assim como os mercados informais.

Com a limpeza desta vala, o trabalho ficou facilitado, uma vez que mesmo não tendo épocas chuvosas com grandes quedas de água, os camponeses desta região de Luanda podem trabalhar por possuírem-na em níveis aceitáveis.

Ainda no quadro do programa de investimentos públicos, e de acordo com o chefe do departamento, serão reabilitadas outras infra-estruturas agrícolas e construídos valas de drenagem, de irrigação e diques de protecção para o desenvolvimento da agricultura nesta parcela da capital angolana, uma vez que esta é uma zona com pouca preciptação durante o ano.

Destes projectos estão em carteira a reabilitação da vala do Baixo Kwanza, com a construção de um dique e zona de irrigação, numa área de dois mil hectares com o objectivo de intensificar a agricultura.

Igualmente estão em carteira os trabalhos na vala do Bengo, com uma área de cinco mil hectares, que se estende de Kifangondo à Funda.

A par destas infra-estruturas, a fonte fez saber também da necessidade de se reabilitar as vias de comunicação que ligam os grandes centros populacionais a estas zonas agrícola, como uma solução para o escoamento rápido dos produtos.

Apontou como exemplos a estrada que liga a comuna do Bita Tanque a Sapu (Viana), bem como a construção de uma ponte na Kilunda, para permitir a passagem à comuna do Muzondo, região que dista a 25 quilómetro de Cacuaco.

Salientou que está também em curso o projecto de abastecimento de água para a zona dos Ramiros, cujo término está previsto ainda para este ano, no sentido de fomentar a produção naquela parcela da cidade, já que é uma área que produz bastante mandioca consumida pelos luandenses.

A construção de bombas de combustíveis nas zonas rurais, no sentido de facilitar as pessoas que têm de se deslocar às vilas de Cacuaco e Viana, é uma das acções que vai ajudar a desenvolver a agricultura nestas zonas, assim como as próprias regiões em termos de condições sociais e económicas que estão inseridas neste programa.