Desassoreamento da vala do Muzondo aumenta produção agrícola em Luanda
Foto Angop |
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Vala de irrigação do Muzondo, em Cacuaco |
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Luanda, 03/09 - O desassoreamento da vala de irrigação do Muzondo,
município de Cacuaco, em Luanda, contribuiu para o aumento da produção agrícola
na região, passando de duas mil e 531 para 12 mil e 658 toneladas por campanha, deu a
conhecer hoje o chefe de extenção rural e vulgarização da Direcção Provincial da
Agricultura, Pascoal de Castro.
Os trabalhos de desassoreamento foram efectuados no âmbito do Programa de
Investimentos Públicos concebido pelo Governo angolano para a redução da fome e
pobreza e estiveram orçados em 135 mil dólares.
Pascoal de Castro disse que isto representa uma produção na ordem dos 75 por cento,
ao contrário dos 15 por cento antes conseguidos, pois dependiam das chuvas, que na capital
do país não são muito frequentes.
Com a limpeza dos três quilómetros e meio de extensão da vala, efectuada em Fevereiro,
os camponeses de Muzondo podem trabalhar todo o ano, pois têm água suficiente para
desempenhar a horticultura, através da irrigação, sendo desta forma um meio que está a
revitalizar a agricultura na capital do país, Luanda.
A região produz sobretudo tomate, cebola, repolho, cenoura, pimento, milho, melancia,
pepino, beringela, feijão, cana, banana, goiaba, mamão, manga e dendém que
abastecem os supermercados e mercados da capital.
De acordo com Pascoal de Castro, os produtos desta localidade são de boa qualidade, pois são
usadas boas sementes, cumprindo com as medidas agrotécnicas recomendadas, uma vez
beneficiados com a formação técnica ministrada por ong nacionais, em coordenação com os
técnicos da instituição.
Acrescentou que até finais de Outubro prevê-se atingir 85 por cento da colheita, pois o
desassoreamento da vala de irrigação trouxe força e vontande aos agricultores no aumento da
produção local, aplicando as técnicas culturais apropriadas adquiridas nos cursos de capacitação,
a monitorização técnica e apoio em sementes e instrumentos agrícolas por parte do governo e
seus parceiros.
Questionado sobre as probabilidades da próxima campanha, o técnico disse não ser
possível fazer uma previsão real devido aos fenómenos meteorológicos que podem ocorrer,
como chuvas excessivas, ventos fortes, cheias, períodos secos, tendo em conta a sua
lozalização geográfica (zona baixa), o que pode originar a perda da sementeira, meios
financeiros e baixa produção.
Para reforçar o trabalho na zona foi criada uma Associação de Camponeses e Agricultores do
Muzondo (ACAM), comportando 392 associados, da zona baixa, e três mil famílias da zona de
Sequeiro, que dependem das chuvas.
Para contemplar todos os camponeses da região será necessário ampliar a vala numa
extensão de mais cinco quilómetros para se fechar o canal, pois desta forma as famílias da
zona do Sequeiro poderão ser contemplandas e deixar de depender das chuvas.
O responsável avançou que este projecto está também inscrito no Programa de
Investimentos Públicos (PIP), e tão logo se cabimentem as verbas, poderá arrancar com os
trabalhos de ampliação.
Ainda no Programa de Investimentos Públicos foi igualmente reparada a via de acesso à
localidade, num percurso de 30 quilómetros de terra batida, o que facilita a circulação de
pessoas e bens para o centro da cidade.
A região de Muzondo compreende uma área total de dois mil e 714 hectares e já está a ser
trabalhado um espaço de dois mil e 214 hectares.
Com uma população estimada em três mil e 500 habitantes, Muzondo possui uma escola
do I nível que comporta 215 crianças, orientados por cinco professores.
Segundo o soba da região, Luís Venâncio, a falta de um posto de saúde para as famílias e
transporte para escoar os produtos são os principais problemas vividos na comunidade.
A vala do Muzondo foi desviada do rio Bengo a 30 quilómetros a norte do município de
Cacuaco. |