Abertura do Hospital Municipal reduz índice de mortalidade nos Gambos
Luanda, 01/09 - A entrada em funcionamento, em 2005, do Centro
Municipal de Saúde dos Gambos, na província da Huíla, reduziu de forma
considerável o número de mortes hospitalares na região, de 15 para duas pessoas
por mês, comparativamente ao período 2001/2002, revelou esta semana a
supervisora de Saúde Reprodutiva do hospital, Rita Jamba Chipia.
Reabilitado em 2004, no âmbito do Programa de Melhoria e Aumento da Oferta
dos Serviços Sociais Básicos às Populações, as obras no centro estiveram orçadas
em cento e nove mil 476 dólares.
Nesta unidade, composta por uma pediatria, farmácia, banco de urgência, sala
de parto e pós-parto, laboratório para análises clínicas, medicina, de internamento
e um consultório para adultos, a assistência é prestada por um corpo clínico de
três médicos, todos de nacionalidade portuguesa, e uma enfermeira.
Segundo informou a responsável, com a reabertura do centro, cuja capacidade de
atendimento é de 90 pessoas por dia, o número de óbitos na região baixou e contribuiu,
por outro lado, para o crescimento normal da população, tendo em conta que os casos
de mortalidade infantil passaram a ser muito inferiores.
Rita Jamba Chipia, igualmente chefe de secção municipal de Saúde em exercício,
disse ter havido melhorias nos serviços do hospital, tanto a nível do pessoal interno
como da assistência médica e em medicamentos, principalmente com a chegada
de uma equipa de profissionais de saúde da ONG Assistência Médica Internacional
(AMI), que provavelmente deixa a localidade no final deste ano.
"O único problema do hospital é a falta de uma ambulância, o que tem dificultado
o encaminhamento de doentes graves para municípios com melhores condições de
trabalhos sanitários", acrescentando que o Centro Municipal de Saúde dos Gambos
também assiste enfermos de outros municípios como os da Chibia, Jamba e algumas
vezes da Humpata.
A supervisora de Saúde Reprodutiva do hospital informou ainda que esta unidade
conta já com um microscópio e recebe mensalmente da AMI remessas de
medicamentos essenciais básicos, para que o trabalho decorra de modo regular e sem
grandes sobressaltos.
As doenças diarreicas, as respiratórias e a malária são as enfermidades mais
frequentes na região dos Gambos, onde existem 15 postos médicos, nomeadamente
os do Pocolo, Panguela, Taca, Tchico, Guelengue, Cafela e Malutuvo (no sul do município)
e ao norte estão os de Caila, Tapo, Chgimbemba, Rio da Areia, Viria Mbundo, Dongue,
Chimbolelo e Catorro.
Situado na região sul da província da Huíla, a 120 quilómetros da sede (Lubango),
Gambos tem uma população estimada em oito mil 375 habitantes e ocupa uma extensão
de oito mil 224 quilómetros quadrados. A principal actividade da população local é a
agro-pecuária.
A insuficiência de professores do ensino de base e o reduzido número de
infra-estruturas são entre outros os maiores problemas do município, de acordo com o
administrador municipal adjunto, Elias Sova, que destacou a importância do Centro
Municipal de Saúde e as vantagens trazidas pela paz.
Além do hospital, beneficiaram igualmente de obras de restauro o Centro Recreativo
Local, avaliado em oito milhões 467 mil e 545 kwanzas, e três escolas do I nível.
Ao nível da reabilitação vários outros projectos estão em curso, tais como a
construção de um campo polivalente, a substituição da rede de energia e iluminação
pública e a implementação de grupos geradores às demais comunas.
Elias Sova deu ainda a conhecer que a conclusão destas obras estão previstas
para final deste ano. |