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Alemanha/Mundial: Cerveja alemã diverte apaixonados pelo futebol

Angop
A cerveja de marca beck-s é uma das mais consumidas na Alemanha

Celle, Hannover, 18/06 (Dos enviados especiais) - Quem, mesmo em Angola ou noutro ponto do planeta, gosta de cerveja está bem entregue na Alemanha, pois no país do Mundial2006 não se vive só do futebol, desafia-se também a quantidade e qualidade de álcool que cada um ingere.

"A Time to make friends" (tempo de fazer amizade) parece combinar bem com a cerveja, já que muitas amizades têm exactamente como ponto de partida os restaurantes e bares, com a forma como individualmente as pessoas se divertem, sem complexos, exibindo os copos (ou canecas), de dimensões pouco vistas em Angola.

Segundo as estatísticas locais, a Alemanha, vice-líder mundial do consumo da bebida - apenas superada pela República Checa -, regista anualmente um consumo de cerveja per capita estimado em 130 litros. Destaca-se a mais escura, a base da caramelização do malte e muda o sabor, aroma e o aspecto finais.

Os alemães consumiram só no primeiro semestre do ano passado mais de 45 milhões de hectolitros, mas estes números encontram justificação no clima temperado e pelo rigor do seu Inverno. Aproximadamente, existem mil e 270 cervejarias pelo país inteiro e produzem mais de cinco mil marcas de vários sabores, tipos e até níveis de álcool diferentes, o que torna ainda mais escaldante a relação entre os visitantes e os anfitriões do Mundial2006. E os angolanos encontram nisso uma das suas mais divertidas atracções nos bares e restaurantes das cidades alemãs.

Competitivamente, cada região, cidade ou vila tem as suas cervejas, como em Celle (Hannover), através de Beck`s, Gilde e outras, tal como a Oktoberfest, de Munique, e Dortmunder. Conhecido como dos países mais rigorosos do mundo em termos de eficácia, as empresas cervejeiras cumprem a Lei da Pureza, de 1516. Ela estabelece que água, lúpulo, fermento e malte podem ser inseridos na preparação do estimulante, mas proíbe os conservantes artificiais.

Quando o Duque Guilherme IV da Baviera decretou essa norma tinha como meta regular e controlar a qualidade da cerveja, e graças a isso, pelo menos reconhecem os consumidores, os turistas buscam aquilo que estão habituados, nos seus países, manter o equilíbrio e comparar o sabor com as marcas nacionais.

Com saudade da Cuca ou Nocal, cervejas de referência nacional em Angola, os excursionistas, ávidos em "molhar" a garganta, não hesitam em experimentar as diversas marcas existentes nas cidades germânicas, que custam entre 60 cêntimos a três euros. Naturalmente, agradam a uns e nem tanto outros. No meio destes, há quem prefira manter a "fidelidade" para com a sua "cuquinha", porém existem os "prova-tudo". Entre estes não há limites: é cerveja vai e nada mais!.

Até a forma de beber a cerveja difere-se de região a região, coisa que não encontra relevo em Luanda ou outra cidade angolana, mas que na terra de Michael Balack, capitão da selecção germânica, tem significado. Quem prefere a Beck`s, produzida a 150 quilómetros de Celle, arrisca-se a beber em copo reduzido, comparativamente as canecas servidas pela Kolsch (Colónia), em copos de 200 ml.

Para quem não bebe álcool, também foram reservadas pelas mesmas empresas versões "no álcool", que evitam a embriaguês. Aos que nem sequer se preocupam com esse produto resta-lhes observar e compreender, as vezes, as discussões dos consumidores sobre a qualidade ou não de uma ou outra cerveja. Difícil é "aturar" os que ultrapassam os limites da boa convivência, e provocam barulho insuportável nas ruas das cidades. Os angolanos confinam-se em grupos devidamente identificados, recolhem-se aos abrigos quando a situação aperta.

Algumas sugestões remetem os amantes da cerveja a cautelas para não desagradar os anfitriões.

Por exemplo, a Kolsch, a mais tradicional de todas e reconhecida em 1997 como tal pela União Europeia, deve ser aceite, em caso de oferta dos conhecidos "kobes" (garçons), pois a recusa pode significar uma ofensa aos padrões da mítica Colónia.

A que mais embebeda (13% concentração de álcool) é a Donnerbock, produzida na região de Bamberg, enquanto a checa Pilsen e a Dortmunder também possui grande admiração entre os consumidores. Uma breve "viagem" ao mundo da cerveja revela que em Dusseldorf, cidade conhecida como o maior balcão no planeta, consome-se a Alt, muito escura e amarga, talvez seja essa a razão porque é servida em copos menores de 200 ml.

Na capital, Berlim, a paixão recai para a Berliner Wweisse, cida, cor turva e bebida em taças.

Consideram-lhe exótica pelos seus apreciadores. Porém, o "sítio" de divulgação do produto na Internet (www.bier.de) explica que as misturadas com Coca-Cola ou refrigerantes com sabor limão chamam-se Russ e as de laranja Alter, muitas vezes misturadas com tequila e bebidas energéticas.

Para tornar suave a ingestão deste líquido, importa sublinhar que, ao contrário do vinho, a cerveja quanto mais nova, melhor o sabor. Por conseguinte, atenção redobrada antes de beber uma.

Enfim, dentro do fair-play desportivo, aliado ao consumo da cerveja, espera-se que a mais saborosa de todas seja a amizade e a paixão pelo futebol, principal responsável pela presença de povos de 32 nações do planeta, unidos contra o racismo e a favor de relações saudáveis.

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